Evangelho do dia: Jo 6, 22-29.

“Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará.” – Jo 6, 27.

Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.

Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.

Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.

Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.

REFLEXÃO

Temos impressão de que os acontecimentos narrados por João apenas servem para dar realce aos ensinamentos de Jesus. Isso é, em parte, verdade. De fato, João introduz, aqui e ali, notas e glosas cuja única finalidade é levar o leitor a tomar a sério a narrativa, que não é inventada, mas que corresponde à realidade. No nosso texto encontramos uma dessas notas. A multidão está em Cafarnaum e dirige ao Mestre uma pergunta cujo objetivo é apenas satisfazer a curiosidade: “Rabi, quando chegaste aqui?”. Jesus não responde, mas revela à multidão as verdadeiras intenções que a levaram a procurá-l´O. Afinal, seguem a Jesus por causa do pão material que lhes deu, sem se preocuparem em compreender o sinal dado pelo Profeta.

Diante da cegueira espiritual daquela gente, Jesus proclama a diferença entre o pão material e corruptível, e o pão que “permanece até a vida eterna”. Há que passar das preocupações meramente materiais aos horizontes da fé e do Espírito, a que apenas a sua pessoa dá acesso. Jesus possui o selo do Espírito e o dinamismo divino do amor. Os seus interlocutores perguntam: “Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?”. Esta pergunta revela mais um equívoco: não se trata de cumprir novas observâncias ou realizar novas obras. A única coisa necessária é aderir ao plano de Deus, isto é, “acrediteis naquele que Ele enviou”.

Fonte: https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=4158