Maria

Há muito tempo que o mês de maio tem uma forte conotação mariana na vida espiritual do nosso povo católico. No dia 13 de maio, celebra-se a festa de Nossa Senhora de Fátima e o mês se encerra com a festa da Visitação de Nossa Senhora a sua prima Isabel. Talvez um dos motivos do especial culto a Nossa Senhora em maio é que este é o mês das mães, e Maria é a Mãe de Deus e nossa. É por isso que é muito comum que o nosso povo sempre queira festejar e coroar sua Mãe celeste neste mês.

Não é a toa que o saudoso Papa João Paulo II, na sua Carta às Mulheres, publicada no dia 29 de junho de 1995, afirmou que Maria é a maior de todas as mulheres por ser a Mãe do Verbo Encarnado, tornando-se exemplo de docilidade e fidelidade ao amor de Deus.

Maria é o modelo para todas as mães e, por isso, convém também que neste mês de maio reflitamos um pouco sobre a importância da mãe nos nossos dias. Quando se referiu à maternidade na Carta às Mulheres, o Papa João Paulo II afirmou que elas se fazem ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que as tornam o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que as faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida. Essas palavras abrem caminho para amplas e profundas reflexões que nos possibilitam a descoberta de valores e princípios morais que expressam o plano do Criador e a maravilha da vida humana.

De fato, quando a maternidade revela o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, a mãe nos revela toda a ternura divina e o seu amor que são manifestos na singeleza e na profundidade de um sorriso. Quando a mãe se faz guia dos primeiros passos do seu filho, nos mostra o Deus que se faz guia de toda a nossa história na caminhada rumo ao Reino definitivo. Quando a mãe ampara o crescimento do seu filho, nos mostra o Deus que nos ampara com a sua graça, a fim de que possamos superar a fragilidade da nossa natureza e possibilitar que possamos atingir a maturidade da vida espiritual. Quando a mãe se faz ponto de referência por todo o caminho da vida do seu filho, nos mostra que Deus é a grande referência para a nossa caminhada aqui na terra.

Maria é a Mãe de Deus e nossa. Que todos nós, devotos de Nossa Senhora Aparecida, aprendamos a ver nela o sorriso de Deus que nos revela seu amor e sua ternura, façamos dela a nossa guia no caminhar rumo ao Pai, contemos com o seu amparo nos momentos de dificuldades e fragilidades que marcam a existência humana, e que ela, nossa Mãe, seja referência para todos nós para que, a seu exemplo, sejamos fiéis ao sim que também demos ao nosso Deus quando assumimos a nossa fé.

Dom Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida, SP