Evangelho do dia: Lc 11,15-26.

“Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus”. – Lc 11,20

Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa. Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. Quando ele chega, encontra a casa varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.

REFLEXÃO

Uma das virtudes mais úteis que havemos de praticar é a da vigilância. Jesus descreve a necessidade desta atenção a nós mesmos e à Igreja – a necessidade da vigilância – com um exemplo elucidativo: «Quando um espírito maligno sai dum homem – diz Jesus –, vagueia por lugares áridos em busca de repouso; e, não o encontrando, diz: “Vou voltar para a minha casa donde saí”. […] A nossa primeira conversão repõe uma certa ordem: o mal, que individuamos e tentamos erradicar da nossa vida, afasta-se efetivamente de nós; mas seria ingênuo pensar que vai ficar longe por muito tempo. Na realidade, pouco depois volta a apresentar-se-nos sob uma nova roupagem. Se antes aparecia rude e violento, agora, ao invés, comporta-se de forma mais elegante e educada. E assim temos necessidade mais uma vez de o individuar e desmascarar. São – perdoai-me a expressão – os «demónios educados»: entram com educação, sem me aperceber. Só a prática diária do exame de consciência é que nos pode fazer dar conta disso. Daqui se vê como é importante o exame de consciência para velar pela casa. (Discurso à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2022).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/palavra-do-dia/2023/10/13.html